Com 14 anos de atraso, a Moody’s rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos. Oportunidade de Compra?
- contact155307
- 20 de mai.
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Na última sexta-feira, a Moody’s rebaixou o rating dos títulos do Tesouro americano, retirando dos EUA a classificação máxima de crédito soberano. A decisão da Moody’s veio com 14 anos de atraso com relação a S&P Global Ratings, a principal e mais influente agência de rating do mercado internacional, que rebaixou os EUA em agosto de 2011. A Fitch, outra agência importante, fez o rebaixamento em 2023.

Atualmente, 11 países mantêm a classificação máxima nas Big 3 (S&P, Moody’s e Fitch, as principais internacionais agências de rating): Alemanha, Austrália, Canadá, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Holanda, Singapura, Suécia e Suíça.
O mercado geralmente cai quando acontecem rebaixamentos, mas o impacto é limitado e a reação negativa é passageira. As agências de rating são conhecidas pela lentidão de suas decisões e frequentemente emitem seus pareceres com atraso em relação à dinâmica do mercado. Geralmente, os fundamentos econômicos que provocam mudanças de rating já estão amplamente refletidos nos preços quando a decisão é anunciada.
Quando a S&P rebaixou os EUA, o mercado caiu 6% no dia seguinte, mas a recuperação foi rápida: 3 meses depois o mercado já estava em território positivo e 6 meses depois estava subindo 10,2%. Quando a Fitch fez o rebaixamento, o mercado caiu 2,6% no dia seguinte, recuperou a queda logo em seguida, e 6 meses depois estava subindo 9,4%. Isso ocorre porque, embora o rebaixamento afete o sentimento dos investidores no curto prazo, são os fundamentos da economia e das empresas que determinam a trajetória de longo prazo.
O momento atual do mercado acionário dos EUA é de incerteza, por conta de três fatores: (1) o realinhamento comercial e as negociações de tarifas externas, principalmente com a China, (2) o pacote fiscal em discussão em Washington, e (3) a possibilidade de uma desaceleração econômica. Neste contexto, o rebaixamento pode enfraquecer o dólar e exacerbar preocupações com a sustentabilidade da dívida pública americana.
Mesmo assim, acreditamos que uma eventual queda por conta do rebaixamento representa uma oportunidade de compra para investidores com horizonte de longo prazo. Em um contexto em que os lucros das empresas permanecem sólidos e a economia mostra resiliência, um recuo nos preços abre espaço para alocações com valuation mais atrativo.
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