A Europa entre a estagnação e a recuperação
- Robert Awerianow
- há 22 horas
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Nos últimos dias, os mercados europeus ensaiaram recuperação, mas sem convicção. Impulsionado por bancos, industriais e seguros, o índice STOXX 600 recuperou-se de mínimas de três semanas com avanço moderado (cerca de +0,3% no dia 26/09), após quedas recentes. Ainda assim, o movimento não rompeu a barreira da consistência.
A Espanha brilhou novamente, com o IBEX reagindo com força, enquanto setores como siderurgia ganharam atenção com o plano da UE de impor tarifas entre 25% e 50% sobre aço chinês. Isso evidencia que o protecionismo ressurge como fator decisivo nas avaliações dos mercados.

Mas há um contraponto claro: segmentos defensivos, especialmente o setor de saúde, seguem vulneráveis. A recente imposição de tarifas americanas sobre medicamentos e caminhões pesados reforça a pressão sobre empresas já fragilizadas. E embora a inflação nos EUA tenha vindo “controlada” (sem surpresas elevadas), esse quadro não sustentou um entusiasmo maior: o Fed cortou recentemente a taxa para 4,00%-4,25% e sinalizou mais alívios de forma gradual e cautelosa. A presidente regional do Fed de Boston, Susan Collins, alertou contra cortes agressivos, lembrando que inflação persistente ainda é um risco real.
A impressão que fica é a de um continente andando sem rumo claro. O euro segue próximo a US$ 1,07, o petróleo oscilando abaixo de US$ 85, e as disputas comerciais seguem no centro do palco.
O ponto crucial pode estar justamente aí: há sinais de melhora, mas os fundamentos ainda não sustentam uma narrativa de avanço consistente. Se os choques externos se intensificarem, a tênue recuperação pode facilmente convergir para estagnação.
Essa publicação não é uma recomendação de investimento.
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