Reino Unido sob pressão: inflação persistente, juros altos e fiscal apertado
- Robert Awerianow

- 22 de out.
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Ainda que abaixo do pico de 10% em 2022, a inflação britânica segue acima da meta. Em setembro, o CPI foi 3,8% e a inflação de serviços, 4,7%, refletindo pressões salariais persistentes e tarifas administradas elevadas. Energia e alimentos recuaram, entretanto os salários cresceram perto de 5% e as empresas repassaram esse custo. A queda na inflação de bens contrasta com a de serviços, e isso demorará a convergir, o que deixará o Banco da Inglaterra (BoE) continuamente vigilante.
Com a taxa básica de juros em 4%, a autoridade monetária vem sinalizando cortes graduais apenas a partir de 2026. A maioria do comitê teme reacender a inflação, apesar de alguns membros defenderem a queda de juros para sustentar o emprego. As expectativas de mercado adiaram as apostas de redução; por enquanto.
No âmbito fiscal, a chanceler Rachel Reeves prepara o orçamento de 26 de novembro com um déficit elevado. Ela promete continuar investindo em saúde, moradia e energia verde, mas admite que aumentos de impostos para os mais ricos e cortes seletivos serão necessários. A regra de financiar despesas correntes com receitas limita o espaço para estímulos.

Para as famílias, a crise do custo de vida persiste: contas de energia ainda são altas, aluguéis e hipotecas sobem cerca de 5% ao ano e muitos lares gastam mais em itens essenciais do que ganham. Isso restringe o consumo e pressiona o governo.
Nos mercados, a libra enfraquece frente ao dólar e o FTSE 100 oscila. Os rendimentos dos títulos públicos permanecem nos níveis mais altos em décadas, refletindo a incerteza fiscal e inflacionária, e o mercado de ações reage de forma volátil a cada dado de inflação. A economia britânica está em uma encruzilhada: inflação resistente, política monetária rígida e pouco espaço fiscal.
Essa publicação não é uma recomendação de investimento.



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