Fim de uma era ou outro "Big Short"?

Michael J. Burry, o lendário investidor retratado por Christian Bale no filme “A Grande Aposta”, anunciou o fechamento de seu hedge fund Scion Capital em 27 de outubro. Segundo Burry, sua percepção de valor das ações vinha se desalinhando do mercado há algum tempo. Famoso por prever a crise das subprimes de 2008, quando lucrou com o colapso da bolha imobiliária americana por meio de Credit Default Swaps, o investidor agora encerra um capítulo de sua trajetória marcada por visões contrárias ao consenso.

Nesse contexto, suas posições mais recentes incluíam opções de venda (puts) sobre Palantir e Nvidia, duas empresas no epicentro do boom de inteligência artificial. Burry também criticou abertamente as Magnificent 7 e os hyperscalers por estenderem a vida útil contábil de seus ativos, reduzindo artificialmente as despesas de depreciação e inflando lucros; segundo seus cálculos, essa prática poderá subestimar cerca de US$ 176 bilhões em depreciação entre 2026 e 2028. Ao decidir liquidar o Scion Asset Management e devolver o capital aos investidores, o fundo precisou zerar essas posições out-of-the-money, provavelmente realizando prejuízos significativos. De qualquer forma, Burry anunciou em seu X que, em 25 de novembro, divulgará mais detalhes sobre o fechamento da Scion.

Será este o prólogo de um novo “big short” ou o fim definitivo de uma era?

Essa publicação não é uma recomendação de investimento.