Renda Fixa Internacional: está caro ou barato?
- Shinichiro Fukui
- há 28 minutos
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Os spreads dos bonds corporativos estão em níveis historicamente baixos. Ou seja, o prêmio de risco sobre a curva de juros vem apertando muito e portanto, muitos analistas afirmam que os títulos corporativos no geral estão caros e nada atraentes. Poucas vezes os spreads ficaram em torno de 100bps sobre a curva. (Slide 1)
E nominalmente, será que estes papéis estão mesmo tão caros? Não parece ser o caso. Os yields nominais dos títulos de grau de investimento (IG) estão em patamares mais altos do que a média dos últimos 15 anos! Se considerarmos os possíveis cortes nas taxas básicas e a tendência da curva de juros apertar daqui para frente, quem estiver posicionado nesses títulos podem em breve ter uma surpresa positiva ao ver que seus ativos estão com ganhos na marcação a mercado. O risco, no entanto, é se houver uma reversão (inflação por exemplo) e a curva voltar a abrir. No entanto, o que temos visto recentemente é uma leve desaceleração da economia e uma tendência forte da parte mais curta da curva continuar apertando. (slide 2)
Mas e os títulos dos mercados emergentes (EM)? Para títulos IG dos mercados emergentes, o fenômeno é o mesmo: os spreads sobre a curva de juros caíram drasticamente mas nominalmente ela continua pagando taxas historicamente atraentes. A "pegadinha" aqui é que quando comparamos os spreads IG dos mercados emergentes contra os Americanos, essa diferença também tem diminuído drasticamente, o que nos leva a crer que relativamente, os papéis IG dos EM estão caros comparados aos papéis IG Americanos. (slides 3 e 4)
Com essa breve elucubração, podemos tirar três conclusões que devem orientar nossa estratégia de RF: 1) continuar nos mantendo na parte curta da curva (até 5 anos) almejando ganhos de capital no movimento de corte na taxa de juros; 2) ficarmos muito mais atentos aos riscos de crédito até termos uma visão melhor do nível de desaceleração econômica e 3) diminuirmos, mas não zerarmos, nosso peso de papéis EM considerando que eles ficaram caros com relação aos papéis Americanos.
Por Shinichiro Fukui,
Portfolio Manager.
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